A liderança é possível para todos

A liderança é possível para todos

Existem autores que acreditam que a liderança pode ser desenvolvida e outros acreditam que o indivíduo nasce com a habilidade de liderar e isso vai se evidenciando ao longo do tempo. Bom, eu defendo a tese que a liderança pode e deve ser desenvolvida em todos nós, sou exemplo vivo deste desenvolvimento.

Na minha adolescência tive minhas fases de timidez, de poucas amizades, em outro momento de muitas amizades, de crises de obediência, crises existenciais, enfim, sentimentos confusos como qualquer a maioria dos jovens.

Durante a faculdade acumulei experiências e extrai todo conhecimento possível dos professores, amigos e profissionais com quem convivi. Todos eles foram meus mentores e contribuíram para moldar quem sou hoje, importante ressaltar que a decisão do que seria extraído foi minha, eu fiz as escolhas na minha caminhada, algumas certas e outras nem tanto, mas todas contribuíram para meu amadurecimento e para definir qual tipo de líder eu seria, eu escolhi as qualidades e os aprendizados que iriam ser agregados as minhas crenças e moldariam meu eu.

Assim é para cada um de nós, decidimos se vamos ou não sermos líderes e qual tipo de liderança iremos seguir.

Acredito que dentro de todos nós existe um líder, seja autocrático, paternalista, democrático, liberal ou coach. Todos nós em alguma fase da nossa trajetória profissional tomamos decisões baseadas em experiências que tivemos e conhecimentos que éramos limitados até aquele momento, que a primeira vista poderia ser considerado um determinado tipo de liderança, mas que ao longo do tempo vai evoluindo, o que define qual delas ira se destacar e se tornar sua essência é a análise que você faz durante e após as decisões tomadas.

No início da minha carreira considero que fui uma líder paternalista, tive momentos em que o medo de ferir aos outros sobressaía as decisões que deveriam ter sido tomadas e muitas vezes eu entendia por uma visão distorcida naquele momento, que fazer com os outros o que eu não gostaria que fizessem comigo era a regra absoluta, mas só mais tarde fui entender que é melhor a verdade que dói do que a omissão que abranda, já que a assertividade e o feedback nos fazem evoluir, assim entendi que isso é o que eu queria que meus gestores também fizessem comigo, que fossem verdadeiros e que contribuíssem para meu desenvolvimento através do feedback.

Em uma outra fase eu assumi o papel de líder autocrático, por não saber lidar com a pressão que a diretoria impunha sobre mim, acabei apertando as rédeas da equipe, cobrando veemente os resultados, pressionando e estagnando o crescimento deles e possivelmente induzindo-os ao resultado a qualquer custo. Geralmente as atitudes do líder autocrático estão associadas a não saber lidar com as pressões empresariais, a insegurança, ao ego ou simplesmente a arte de não saberem ouvir.

Muitos gestores erram ao pressionar suas equipes ao ponto deles se sentirem forçados a buscar o resultado quantitativo e não qualitativo, e muitos dos desvios e erros administrativos originam-se de cobranças exacerbadas.

Quando entendi que envolvendo e permitindo que toda a equipe participasse das decisões influenciaria positivamente a qualidade e entrega dos resultados, comecei a me desenvolver também e a aceitar que a medida que a equipe crescesse, eu também cresceria junto. Quando compreendi o valor do capital humano para as empresas, cheguei ao meu momento na liderança democrática.

Percebi o quanto a mudança na minha postura em apenas ouvir a equipe impactou na melhora e na qualidade do clima organizacional e como o espaço entre mim e a equipe foi reduzido a zero. E vê-los crescendo como profissionais e caminhando sozinhos em suas decisões me deixou extremamente orgulhosa.

Se os gestores soubessem o quanto é importante para as empresas ter uma equipe madura, confiante em suas decisões e com sede de desenvolvimento, eles investiriam mais nas retenções desses talentos estimulando-os a sempre buscar mais e dando voz para todos. O principal papel do líder é a formação de outros líderes, estimulando essa vontade neles e criando uma cultura de aprendizado dentro da instituição. Desenvolvimento gera benefícios para todos, estimula o colaborador, diminui turnover, melhora a qualidade dos atendimentos, faturamento, gera inteligência emocional dentro da empresa, aumenta produtividade, mitiga erros e gera inteligência na utilização dos recursos.

Assumindo que gerenciava uma equipe madura, capaz e suficientemente capaz de tomar suas próprias decisões, adotei uma liderança liberal, descentralizei as decisões e deixei que eles tomassem as decisões por si só. E esse é mais um erro que muitos gestores cometem, por mais que as equipes sejam seniores, embora possa parecer um sistema melhor, pois existe mais liberdade e autonomia, na maioria dos casos, os profissionais sem liderança direta podem acabar relaxando demais e não entregando os resultados esperados.

Através de todas estas experiencias e vendo que empresas são os resultados de pessoas, entendi a importância de ser um líder coach, onde o foco principal não é apenas conquistar mais e mais resultados para o negócio, mas identificar, treinar e desenvolver sua equipe de profissionais de acordo com suas competências, qualidades e oportunidades, assim, os colaboradores podem trazer à tona o seu potencial máximo e, consequentemente, atingir suas metas e objetivos e os da organização.

O líder coach aplica seus conhecimentos de Coaching para ajudar o colaborador a descobrir novas habilidades técnicas, emocionais e comportamentais, desenvolve-las e conhecer o seu propósito na vida profissional.

O gestor com competência de coach também tem uma comunicação assertiva e atua aplicando feedbacks, motivando e estimulando o aprimoramento constante das pessoas ao seu redor. O objetivo com isso é que a equipe tome consciência de suas possibilidades e saiba direcionar suas potencialidades, conhecimentos e experiências para a direção certa. A cultura de Coaching implantada pelo Líder Coach é verdadeiramente um diferencial competitivo do qual as empresas deveriam investir.

Portanto para todos é possível ser ou se tornar um líder, basta buscar a contínua evolução pois dentro de todos nós existe uma parte de cada tipo de líder, que pode se aprimorar a medida que você vai amadurecendo, se conhecendo e evoluindo.

Danielle Freitas

Líder Coach

Aluna Formada Instituto Holos

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