O que é Liderança Transformacional?

O que é Liderança Transformacional?

Para entender o que quero dizer com Liderança Transformacional, tomo a liberdade de apelar, de forma sucinta, para o significado das palavras:

Líder significa aquele que conduz, que dá direção a um grupo, equipe ou organização. Liderança é, então, a ação de conduzir e dar direção a um grupo ou organização.

Trans é um prefixo que indica para além de.

Transformar, donde vem a palavra transformacional, indica que algo está para além da forma, algo que supera a forma ou modelo de alguma coisa, algo que muda o jeito de ser.

Transformacional, pois, é a qualidade do que vai além da forma, que supera o modelo de algum comportamento. Indica uma ação ou comportamento que não se limita a um modelo pré-determinado, que vai além das normas estabelecidas.

A partir dessas premissas, quero refletir com você como atua uma liderança transformacional numa organização, numa empresa.

Uma organização se constitui em torno de fazer acontecer um propósito maior, que se desdobra em objetivos a alcançar. Para realizar este propósito ela necessita aplicar e administrar recursos materiais e humanos. Utiliza de métodos, técnicas e processos administrativos, submetidos a regras, normas e controles que possibilitem a realização dos objetivos, que levem aos resultados propostos e esperados.

Frente ao acima proposto, é importante refletirmos uma coisa: tudo isso que se expressa no parágrafo anterior são aspectos vinculados à forma da empresa, são aspectos estáticos, fixos. Aparentemente contraditórios, estes aspectos são o lado abstrato da empresa. Os recursos são o que são, quantificáveis, mensuráveis, contabilizáveis. Processos seguem manuais, regras, que determinam o que é certo. E tudo que é quantificável, mensurável e contabilizável depende de matemática, de cálculos e de regras. Existe algo mais sutil ou abstrato do que isso?

Será, então, que uma empresa é alguma excrescência da natureza, onde tudo é dinâmico, tudo está em processo de mutação? Uma organização não é também um ser vivo, que nasce, se desenvolve, cresce, passa por crises, se renova, vive fases de expansão e fases de recolhimento, pode morrer ou ser engolida por outra organização? Se os elementos que a constituem, que a formam são estáticos, rígidos, estabelecem e seguem planejamentos certinhos? Onde está a dinâmica ou a vida das organizações?

Pergunto mais: o que realmente é concreto e real numa organização?

O que dá vida às empresas são, certamente, as pessoas e toda a natureza que as envolve. E as pessoas não são meras extensões do maquinário nem robôs que replicam uma programação de ações pré-programadas em obediência a comandos bem treinados. São as pessoas que tornam concreto, tornam real, fazem acontecer e realizar algo nas empresas e em qualquer organização humana.

Uma empresa, ou qualquer organização, necessita de máquinas, recursos e técnicas administrativas eficientes para atingir os objetivos e resultados. Precisa, pois, de bons gestores, que saibam planejar uma boa utilização dos recursos, selecionar e determinar as operações e processos, saibam controlar e dar feedback às ações que objetivamente atinjam os resultados propostos.

De modo geral o mundo acadêmico procura preparar bons técnicos na área operacional e bons administradores e gestores empresariais. De olho no mercado, os gestores buscam conhecer e aplicar os avanços tecnológicos para não serem engolidos pelos avanços que ocorrem em função do rápido desenvolvimento, o que torna obsoleta a forma de administrar recursos, de melhorar os processos industriais e mercadológicos nos diferentes ramos de atividade empresarial.

As empresas, então, tendem a investir em cursos e treinamentos, nos mais diferentes níveis de complexidade, voltados para a área técnica, financeira e de administração de recursos humanos. As pessoas que trabalham na organização são vistas como recursos e, como tais, podem e devem ser administradas, treinadas e controladas. Seus salários e bônus salariais são investimentos voltados para que cumpram bem aquilo para o qual foram contratadas e recicladas. E são substituíveis como peças inadequadas ou desgastadas.

O que a maioria das organizações não tem se dado conta é de que um mundo novo vem emergindo, tornando cada vez mais incompatível essa forma de lidar com gente. As pessoas estão num processo de mutação irreversível na maneira de ver o mundo. Isto ainda vem ocorrendo de forma mais ou menos inconsciente.

Cresce, cada vez mais, a necessidade de pessoas que saibam lidar com pessoas, que sintam as pessoas como seres vivos, seres pensantes, criativos, sensibilizáveis, ora animados, ora desanimados, ora dando o melhor de si e depois fazendo de conta, ora chamando atenção e depois se escondendo.

É aqui que entra o líder. E é aqui que entra o líder transformador. É aqui que temos que ir além de gestão de recursos humanos. A questão não é, de novo, quantificar melhor a maneira de lidar com gente. A questão é que gente cada vez mais quer ser gente, quer ser tratado como gente. Gente quer pensar, sentir, trocar ideias, criar, crescer, melhorar de vida, evoluir, ter amigos, cuidar da família.

Para lidar com essa gente, não bastam novas técnicas administrativas, novas teorias psicológicas. Não basta melhorar o que está aí. Uma transformação se faz necessária.

Como assim? Antes de mais nada, há que ter uma nova maneira de ver o mundo, uma nova maneira de ver a empresa, de ver as pessoas, de ver a si mesmo. Não bastam melhores técnicas de relações humanas. É preciso uma mudança radical na maneira de enxergar o ser humano, de se enxergar a si mesmo, pois enxergamos nos outros o que aprendemos a enxergar em nós mesmos.

Os verdadeiros líderes são pessoas que mudam seu Mindset para poder se conduzir no mundo em transformação. Para se conduzir neste mundo cada vez mais volátil, instável, complexo e ambíguo.

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