Gestão de pessoas: 5 tendências que surgem com o Novo RH
Estamos em um mundo em constantes transformações. Estamos na era das mudanças. E o setor de Recursos Humanos também está mudando. As mudanças no RH já começaram há algum tempo e ainda encontramos profissionais que têm dificuldade de acompanhar essas mudanças.
Estamos falando de gestão de pessoas e não de máquinas. Gestão de pessoas é lidar com seres humanos.
Até a década de 90 predominava, na maioria das empresas e prestadoras de serviços administrativos o chamado DP – Departamento Pessoal, principais funções eram de ordem jurídico-administrativas.
Na virada do milênio já vinham tomando corpo as RH – Relações Humanas, que, sem abandonar as funções do DP – em geral terceiradas – passavam a se preocupar mais com melhoria de ambiente de trabalho, carreira, desenvolvimento profissional e na retenção de talentos. A evolução foi de mentalidade de “mão de obra” para “Recursos Humanos”. Os profissionais eram vistos como “recursos”, tal qual os recursos materiais e tecnológicos. Eram meios de alcançar os objetivos estratégicos da corporação.
E o que mudou, afinal para o Novo RH?
A principal mudança do RH tradicional para o Novo RH é o posicionamento do profissional de gente e gestão. Em outras palavras, se antes a preocupação era com contratações, pagamentos, carreira e desenvolvimento profissional, agora a atenção é com o engajamento e a motivação dos colaboradores, relacionamento humano e desenvolvimento pessoal junto ao profissional.
O que emerge fortemente em nosso milênio é uma progressiva compreensão dos direitos humanos, uma consciência de respeito ao ser humano que não só trabalha para um salário, mas quer se sentir bem, quer ser respeitado, motivado a uma vida melhor, mais humana, mais feliz.
Ter um funcionário feliz e satisfeito com a empresa é a chave para construir uma empresa sólida e reconhecida no mercado.
Existe também uma preocupação em incrementar programas focados em liderança do futuro para melhor desempenho diante desta nova realidade, no contexto deste mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Essa mudança contínua é a nova tendência em gestão de pessoas. O papel do líder se tornou imperativo na coordenação da gestão de mudanças e na coordenação de um ambiente organizacional mais sustentável. Estar preparado para estes desafios se tornou uma tarefa de todos.
Com este Novo RH, surgem as tendências em Gestão de Pessoas:
Alinhamento com a missão da empresa
Cresce no mercado o número de colaboradores que aceitam trabalhar por um propósito claro, pela missão da empresa, compartilhada com eles.
Quando a missão da empresa bate com sua missão pessoal, não importa o cargo a ser ocupado, os benefícios da vaga ou a forma de contratação. Este é um grande impacto na gestão de pessoas. Os profissionais do novo RH precisam refletir sobre a cultura corporativa e estratégias de engajamento desses colaboradores.
Uma das mais fortes tendências na gestão de pessoas do novo RH é a remuneração variável x remuneração fixa
A remuneração fixa, baseada nas competências exigidas para o cargo tende a ser cada vez menor, se comparada com a remuneração variável, que é baseada no desempenho individual de cada colaborador e na equipe como um todo. A gestão de pessoas precisa estar preparada para o reconhecimento e valorização dos funcionários de maior performance. Precisa também ter um plano de remuneração variável de sucesso, focado em definição de metas com indicadores de qualidade, e que sejam alinhadas com os objetivos estratégicos da organização. A possibilidade de se tornar sócio da empresa em que trabalha aparece, por si só, como uma forte tendência na gestão de pessoas para os próximos anos.
O novo Recursos Humanos precisa se reorganizar com modelos menos burocráticos da força de trabalho
A busca por profissionais que trabalham sob contrato ou em home office para atender às necessidades do mercado e também precisam estar atentos para corresponder às expectativas profissionais de tais colaboradores e sua inserção na cultura da organização.
O home office, prática que permite que os colaboradores trabalhem de casa, não é algo novo, porém tem se tornado comum dentro das empresas. Assim como a contratação de freelancers – ou profissionais autônomos – que não têm vínculos empregatícios institucionais (carteira assinada, entre outros benefícios). Geralmente, seus contratos são específicos para uma demanda ou job.
Recompensas pensadas de acordo com as diferentes realidades dos colaboradores
São desafios pelos quais a organização se torna mais do que nunca responsável. As recompensas precisam considerar as possibilidades personalizadas para cada um dos profissionais, pois cada vez mais a pessoa se torna o ponto focal do processo. O reconhecimento personalizado é que vai reter os talentos.
As carreiras tendem a ser autogeridas
O colaborador não terá mais alguém que supervisione seu trabalho. Ganha força a autogestão como forma de sustentar o protagonismo do profissional. As estruturas cada vez mais enxutas e menos hierarquizadas exigirão colaboradores mais qualificados e generalistas trabalhando em função de projetos e entregas e não apenas sobre tarefas.
A tendência é proporcionar vivências desafiadoras que exijam o desenvolvimento de habilidades e ofereçam oportunidades para o profissional se reinventar. Como os modelos de negócios são mais horizontais, a hierarquia tende a ser achatada. Dessa forma valorizam a liderança situacional, passada de um a outro profissional conforme a demanda a ser atendida. Por isso a organização trabalha com experiências para o desenvolvimento do seu profissional.
Conclusão
As novas tendências em gestão de pessoas fazem o profissional do novo RH estar atento com os Millennials como consumidores e profissionais, com a credibilidade baixa no setor público e consequente protagonismo das empresas privadas e com as novas tecnologias chegando e se impondo.
Estes são os desafios do profissional do novo RH: a longevidade e tecnologias que prometem revolucionar os papéis de trabalho; a sociedade que não confia nos governos coloca suas expectativas de melhorias sociais no setor privado; a geração dos millennials, que nunca viram o mundo sem internet e que têm expectativas de trabalho mais justo, inclusivo e sem burocracia.
Deste novo RH é esperado equilíbrio e respostas das corporações para o cotidiano de coexistência entre automação e atuações humanas; são esperados executivos que formam times para potencializar resultados.
Convergir estas realidades é dar condições para reciclagem de profissionais e reformular cargos e funções para o futuro.
Valores como respeito, igualdade e inclusão são demandas a serem atendidas diariamente pelas organizações, pois precisam realizar ações que reconheçam o valor, os anseios, os direitos e o espaço das pessoas.
O novo RH está estruturado em estratégias que prezam pelo engajamento e satisfação dos colaboradores. O colaborador feliz e satisfeito com a empresa é chave para construir uma empresa sólida e reconhecida no mercado.
As diferentes formas de RH continuam presentes, mas o foco agora se volta para possibilitar o autodesenvolvimento, em concomitância com o desenvolvimento profissional e relacional. As pessoas buscam, além de salário e sustento pessoal e familiar, autorrealização como ser humano e cidadão.
Em função disso, cresce o interesse por encontros, vivências, workshops voltados para a autodescoberta e o encontro consigo mesmo. Está-se buscando humanizar as relações humanas nas organizações.
Esta é, sem dúvida, a maior tendência que está acontecendo no que se refere ao Novo RH: sua humanização.