E assim caminha a humanidade. Mas para onde? – Por Moacir Garcia

Quem nunca reparou como estamos nos tornando cada vez mais materialistas e deixando de lado nossa preocupação com o ser humano, com nosso próximo? Isso pode ser percebido diante de uma tragédia, um acidente – algo corriqueiro em nossa sociedade -, cuja insensibilidade é tamanha que muitas pessoas estão mais preocupadas em registrar tal fato por meio de seus celulares, mostrando-se ali presentes nas redes sociais, do que usar seus equipamentos eletrônicos para solicitar socorro a quem precisa!

Isso não é nada perto do que se percebe ao andar pelas cidades. É mais fácil encontrar indivíduos defendendo direitos de animais abandonados, providenciando locais para seu acolhimento, angariando recursos para socorrê-los, do que terem a mesma sensibilidade em relação às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Quer dizer, um gato ou cão abandonado, às vezes, é mais valorizado do que o próprio ser humano. Nada contra ajudar os bichinhos! No entanto, a vida humana, noutros tempos, já teve mais valor.

No mundo corporativo não é diferente. Empreendedores, gerentes, supervisores, por exemplo, só pensam em bater metas. E o que acontece caso o funcionário, por qualquer razão, não consiga fazer isso? Possivelmente ele será “convidado” a se desligar da instituição, pouco se importando como ficará aquele pai ou mãe de família diante daqueles que dependem da sua força de trabalho e renda para o sustento. Palestras motivacionais, treinamentos, entre outras maneiras de qualificar o quadro de colaboradores das organizações, em sua maioria, só visam uma coisa: aumentar o faturamento, a receita, os lucros da empresa.

Nesse sentido, embora sejamos forçados a nos adequar às novas exigências do mercado de trabalho e das instituições sociais de que fazemos parte, não deveríamos nos esquecer de uma coisa: somos seres humanos. E como tal deveríamos ser reconhecidos! Abandonar o egoísmo, buscando uma postura prestadia, adequada, útil, proveitosa, preocupada em gerar benefícios aos outros, deveria, em tese, nos levar a encarar a vida sob o prisma de uma abordagem humanizada, como muito bem enfatiza Marcos Wunderlich, do Instituto Holos de Qualidade, em suas formações de coaches e mentores.

E por fim, diante do exposto, bom seria se voltássemos a valorizar o ser humano e suas qualidades, ao invés de prestarmos atenção a seus defeitos. Isso coaduna com o pensamento do filósofo Immanuel Kant (1724-1804), para quem o indivíduo deveria ser enxergado como um fim em si mesmo e não como meio pelo qual alcançamos nossos objetivos egoístas. Deveríamos, sim, lembrar que tudo é interdependente, e que tal paradigma está focado no “nós” e não no “eu”, uma vez que pessoas interdependentes combinam seus próprios esforços com os esforços alheios, objetivando conseguirem um resultado muito melhor.

Moacir da Silva Garcia: Professor, Consultor Pedagógico e Master Coach Educacional e de Carreira, com certificação reconhecida pela International Coaching Federation (ICF). Membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Coaching (ABRAPCoaching), com MBA Executivo em Coaching, pós-graduações em Gestão Avançada de Pessoas, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Gestão Escolar, História e Filosofia da Ordem Maçônica (Maçonologia) e Ensino Religioso. Foi servidor público estadual e municipal, havendo trabalhado como Policial Militar (Soldado, Sargento e Tenente PM), Consultor de Recursos Humanos, Coordenador e Professor de Cursos Preparatórios, História, Ensino Religioso, Filosofia, Relações Humanas no Trabalho, Técnicas de Aprendizagem Acelerada, Sistema de Segurança Pública e Crime Organizado, entre outras disciplinas, com mais de 20 anos de experiência na educação profissional.

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