O mito da caverna: como ele pode contribuir no Coaching
O mito da caverna é uma alegoria muito famosa, feita pelo filósofo Platão (através da voz de Sócrates). Ela fala muito sobre nossa capacidade de nos livrarmos dos grilhões da ignorância e conseguirmos alcançar a luz da Verdade.
Existem diversas perspectivas que podem ser retiradas da metáfora criada por essa parábola, muito exploradas por pensadores ao longo da história da cultura ocidental, influenciando livros, filmes e outras obras de arte.
Além disso, o mito da caverna é uma excelente ferramenta para ilustrar o estado de muitos clientes que buscam o Coaching e Mentoring. Suas questões costumam envolver uma estagnação e um medo de enfrentar a luz, a novidade.
Pensando nisso, vamos mostrar como é esse tal mito da caverna e como utilizá-lo na prática em seus atendimentos. Boa leitura!
O mito da caverna
O trabalho do Coach tem como premissa a ampliação constante dos campos mentais e a disposição para o olhar profundo sobre a vida.
Para que isso aconteça, precisamos nos livrar das prisões mentais que nos colocamos, sair da estagnação e focar no que realmente interessa em nossas vidas.
Antes de mais nada, vejamos o que nos diz Platão, através da boca de Sócrates:
A caverna
Imaginemos que alguns homens vivam numa caverna, cuja entrada se abre para toda a sua largura, com um amplo saguão de acesso.
Eles são prisioneiros na caverna, com as pernas e o pescoço amarrados de tal modo que eles não conseguem mudar de posição. Lá, eles podem apenas enxergar a parede do fundo da caverna.
Agora, bem em frente da entrada da caverna, existe um pequeno muro, da altura de um homem. Atrás dele, outras pessoas vêm e vão, carregando estátuas que representam formas variadas, em madeira e pedra.
Finalmente, percebe-se que o sol do lado de fora ilumina as paredes do salão, passando pro cima do muro da entrada. Além disso, a caverna é tão profunda que produz ecos, que reverberam as vozes dos homens que passam pela entrada da caverna.
Nesse cenário, os prisioneiros enxergam apenas as projeções dos homens e suas estátuas, assim como escutam suas vozes. Nada de incomum, certo?
Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditam que aquelas sombras eram cópias imperfeitas de objetos reais, representando a única realidade. Além disso, o eco das vozes era o som real das vozes emitidas pelas sombras, ressoando pelas paredes da caverna.
O gosto da liberdade
Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes consiga se soltar das correntes que o prendem.
Com muita dificuldade e sentindo-se frequentemente tonto, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com muita dificuldade e sentindo-se perdido, ele começaria a se habituar à nova visão com a qual se deparava.
Habituando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se sobre o muro. E após formular inúmeras hipóteses, compreenderia que elas possuem mais detalhes e são mais belas que as sombras que antes via na caverna – que agora lhe parecem algo irreal ou limitado.
Digamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente, ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz. Depois, habituando-se, veria as várias coisas em si mesmas. E, por último, veria a própria luz do sol refletida em todas as coisas.
Compreenderia, então, que essas e somente essas coisas seriam a realidade e que o sol seria a causa de todas as outras coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das causas últimas das coisas.
Assim, ele, por amor, voltaria à caverna a fim de libertar seus irmãos do jugo da ignorância e das correntes que os prendiam. Mas, quando volta, ele é recebido como um louco que não reconhece ou não mais se adapta à realidade que eles pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras.
E, então, eles o desprezariam…
Resumindo o Mito da Caverna
Como você pode perceber, qualquer semelhança com a vida dos grandes gênios e reformadores de todas as áreas da humanidade não é mera coincidência.
O mito da caverna é uma alegoria complexa, mas na qual podemos identificar nossa própria condição de prisioneiros de nossas convicções.
Por isso, o trabalho do Coach deve ser libertador, apontando crenças, preconceitos e outros fatores que impedem o desenvolvimento do cliente.
Se você tiver interesse em ser um Coach, use o mito da caverna para ilustrar a estagnação de seu cliente e mostre que o atendimento proposto vai buscar a sua libertação, em direção a luz da Verdade!
Ela pode ser dolorosa e deixá-lo num caminho sem volta. Mas vai valer a pena, sem sombra de dúvida.
E você? Tem algum relato de libertação que lembra o mito da caverna? Compartilhe conosco nos comentários!
2 comentários em “O mito da caverna de Platão”
foi muito interesante conhecer o historia do mito da caverna.
Sou Maria Elenita e vivi este mito em alguns pontos da minha trajetória evolutiva..
Mas, foi muito bom reler e repensar ainda mais…
Gratidão