O que é ter sucesso em coaching? – por Mario Divo

Mario Divo

CEO da MDM Assessoria em Negócios

Rio de Janeiro, RJ

Amigos leitores, começo a escrever neste espaço a convite dos dirigentes do Instituto Holos, onde tive o privilégio de aprender práticas e métodos orientados à mentoria, aconselhamento e coaching. Mais importante, essa proximidade permitiu conhecer pessoas e formas de trabalhar valores a bem da sociedade em que vivemos.

O problema criado, ao me convidarem para trazer minha contribuição ao blog, foi não imaginarem que eu começaria por subverter orientações, exploraria tema controverso e, ao final, deixar um desafio ao Instituto Holos. Enfim, esse é o Mario Divo que pede aos leitores que façam comentários, críticos ou não, mas sempre construtivos para todos.

Anos atrás, desenvolvi pesquisa com rigor científico, buscando conhecer as dimensões do sucesso para o coaching, no contexto brasileiro. Entre as várias questões de pesquisa, uma delas era esta: Como você descreve sua interpretação para o conceito de “sucesso”? Ali estava dissimulado meu interesse em identificar variáveis que podem interferir nas respostas e, ainda mais, se haveria diferenças de interpretação para o “sucesso” entre quem fez (ou faz) e quem não fez (ou não faz) o processo de coaching.

A pesquisa caminhou por um contingente de 498 pessoas (com igual quantidade de homens e mulheres, todos com graduação superior), sem que houvesse obrigatoriedade de resposta a essa pergunta específica. A avaliação envolveu métodos de análise léxica (palavras) e análise mais aprofundada de conteúdo (textual).  Responderam a pergunta 208 pessoas que nunca tiveram contato com o coaching e 223 que foram coachees (em algum moment), garantindo qualidade estatística ao resultado.

Para não nos perdermos nos “entretantos” da pesquisa, vamos aos “finalmente”, na forma dos resultados (análise léxica), a partir de nuvens de palavras, como mostradas a seguir:

Se nos abstivermos da palavra “sucesso” (já que é o nosso objeto de análise), percebe-se no grupo Coaching uma referência forte à idéia de haver processo envolvido, o que não é marcante para o outro grupo. Ambos focaram em pessoas e estão equilibradas as presenças de palavras típicas para sucesso, como metas, resultados e objetivos. No entanto, a diferença visual fundamental está na significativa presença de palavras relacionadas ao  auto-ganho, no grupo Coaching, sendo a mais marcante mudanças. Ainda mais, mesmo que palavras similares apareçam para o grupo Não-Coaching, o grupo Coaching foi mais determinado a relacionar os atributos de ganhos pessoais.

Poderíamos usar outras formas gráficas para tratar dos resultados, mas já estouramos o espaço inicialmente liberado pelos dirigentes do blog. Portanto, quando alguém lhe perguntar, ou perguntar para outra pessoa próxima a você, “o que é o coaching”, NUNCA MAIS use a premissa velha e tosca de que é um processo que leva “do ponto A para o ponto B”. O coaching é o processo que, quando orientado por profissional qualificado, estimula o cliente (coachee) a investir mais e melhor em auconhecimento, autoconfiança, muita reflexão e centramento diante dos desafios.

O desafio que deixo ao Instituto Holos é: que tal atualizar a pesquisa para estes tempos de enormes transformações sociais e de práticas profissionais? Até a próxima postagem!

Mario Divo é o CEO da MDM Assessoria em Negócios, palestrante e consultor. Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Experiente profissional senior de nível internacional nas áreas pública e privada. PhD e MSc pela FGV, em Gestão de Negócios, de Pessoas, Branding e Marketing. Credenciado em Inteligência Emocional-Social, Axiologia de Competências e no diagnóstico MEET®️ (Modular Entreprise Evaluation Tool). Mentor e colunista  da plataforma Cloud Coaching. Primeiro brasileiro no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, em 126 países e territórios.