Recorro a mitologia grega para falar sobre uma grande ampliação de visão que tive e que me libertou de uma crença que estava me dificultando o início do trabalho como coach e mentora. Para explicar essa ampliação de visão, contarei brevemente a estória de Quíron, o curador ferido.
Quíron era um centauro, filho do deus Cronos e da ninfa Filira. Cronos havia se transformado num cavalo para enganar a esposa e se aproximar da ninfa e por isso o fruto deste relacionamento nasceu como centauro tendo a metade do corpo na forma humana e metade na forma de um cavalo. Ao ver a forma do filho, a mãe o rejeitou e ele então foi entregue ao deus Apolo, que o criou e lhe ensinou todas as suas virtudes e habilidades. O pai de Quiron, que era o deus do tempo, deu-lhe as virtudes da sabedoria e da previsão do futuro. Ele se tornou sábio e gentil se tornando o rei dos centauros.
Hércules era seu grande amigo e certa feita, o feriu acidentalmente com suas flechas envenenadas. Quíron era imortal, mas como o ferimento não podia ser curado, ele passou a sofrer dores terríveis. Ele percebeu sua vulnerabilidade e tornou-se um curador ferido, aquele que reconhecendo suas próprias feridas pode compreender a dor dos outros.
E o que esta estória tem a ver com a ampliação de visão que tive?
Eu sempre acreditei que todos aqueles que se propõem a “curar” alguém no sentido mental e espiritual, deveriam estar livres de grandes conflitos internos pois se assim não fosse, suas questões não o deixariam capaz de assumir a condução do processo de ajuda a outra pessoa. Diante dos meus próprios conflitos, me considerava não apta a iniciar os atendimentos de mentoring e coaching de uma forma mais segura e livre de preconceitos.
Aprendemos com a Cosmovisão que nós criamos nossa própria realidade e que para superar uma dificuldade precisamos mudar ou ampliar nossa visão de mundo. Somos parte de um todo e quando compreendemos isso nosso entendimento e obediência às leis universais se torna mais fácil e nos conduz ao chamado Isomorfismo, que é a integração total com essas leis. Além disso aprendemos que todos os seres humanos têm como objetivo supremo a busca da felicidade, não importa o caminho que tomem para chegar a isso. A compreensão de que todos dão sempre o melhor de si e que nossos erros são decorrentes da nossa limitação de visão num determinado momento tornam mais fácil tanto o auto perdão quanto a postura prestadia em relação ao outro.
Ao conhecer a estória de Quíron “a ficha caiu” e todos esses ensinamentos fizeram sentido. Praticamente tirei um “peso dos ombros”. Compreendi a vulnerabilidade de todo ser humano percebendo que muitas vezes nossas feridas nos tornam mais empáticos com os outros e me senti mais segura para levar adiante uma mentoria compassiva com todos aqueles com quem eu possa contribuir.
2 comentários em “O mito de Quíron e a minha Ampliação de Visão – por Joana Amaro”
Somos interligados e a nossa cura está na cura do outro!!! Amei!!!! 💝💝💝
Joana, que legal… foi algo semelhante comigo no que tange a atender terapeuticamente e a formar o grupo Circulo do Amor, tinha receio de não estar preparada para atender e conduzir o grupo e foi muito gratificante quando comecei em 2015 e tive uma percepção semelhante a sua com a mentoria e coach e levo para minha vida!! Legal para inspirar outras pessoas!