Nesta justa homenagem que prestamos às extraordinárias mulheres que nos trouxeram a este mundo, nos amaram e nos ensinaram a enfrentar a vida, queremos também prestar uma homenagem à Grande Mãe das Mães, nossa Terra, este maravilhoso planeta que dá à luz a todos os seres que nele habitam.
Esta Grande Mãe é a ancestral de todas as mães de todos os seres vivos de nosso planeta, que dão continuidade à recorrente gestação, parto e sustento de cada um dos seres viventes, plantas, insetos, peixes, crustáceos, aves, mamíferos e humanos, que, por sua vez, ao assumir sua própria e herdada maternidade, dão continuidade e permanente transformação da vida planetária.
Cada ser vivente, alimentando-se através de suas raízes maternas e buscando a energia paterna do sol através de suas múltiplas folhagens, expressa, à sua maneira, a Fonte maior que tudo origina e tudo permeia. É uma fantástica cadeia alimentar em que umas espécies dão suporte vital a mil outras espécies, numa sucessão generosa, até chegar a esta magnífica expressão divina que é o ser humano, esta titubeante espécie que vem aprendendo como aprender a conhecer que conhece.
Nós, os humanos, depois de muito fazê-la sofrer na ânsia de ultrapassar nossa adolescência como seres pensantes, estamos adentrando, neste terceiro milênio, em um novo ciclo de consciência, mais próximo da noção da unicidade da vida. Entrando agora na idade adulta, vamos descobrindo, progressivamente, toda a Sabedoria que tanto lhe custou nosso ainda titubeante amadurecimento.
Mas ela está sempre aí, permitindo que até mesmo a confrontemos em arroubos de autoafirmação, desafiando os limites de sua paciência e equanimidade. Ela nos vem dando sucessivas lições, algumas até mesmo dolorosas, preparando-nos para um novo tempo de maior respeito e amor a todos os irmãos que conosco compartilham nosso maior DNA de expressões simultâneas da mesma grande Fonte de todas as Vidas no planeta.
No estágio em que chegamos, nossa Grande Mãe nos põe agora uma escolha: ou nós, os humanos, homens e mulheres, aprendemos a pensar em termos holísticos, restabelecendo nossa harmonia com a vida desta grande família global, chamada planeta Terra, ou só restará a ela varrer-nos como espécie que não sabe reconhecer as grandes lições que estamos continuamente recebendo. Podemos construir uma nova convivência entre nós e com todos os seres desta família maior ou seremos expulsos de casa, com toda a dor de que uma Mãe é capaz.
Mas, como toda Mãe, ela nos aguarda de braços abertos para conosco festejar cada passo que damos rumo a mais Vida, Amor e Alegria de Viver e Conviver.
O sinônimo de toda Mãe é Acolhimento. Acolhimento é a religação com nossa vida interior, é o reconectar com nossa afetividade. Acolher-nos a nós mesmos. Acolher nossas qualidades e nossos defeitos. Acolhe e aceita. Aceita assim do jeito que somos. Acolher não quer dizer ser condescendente com os próprios erros, mas sim tratar a nós mesmos com gentileza à medida em que admitimos nossas falhas. E quem faz isto melhor que nossa mãe? A Mãe sabe acolher em seus braços.
A Mãe nos acolhe, nos aceita, nos conforta. Como é bom correr para os braços de nossa Mãe. Nos sentimos em casa. Nos sentimos pequenos diante de nossa mãe. Façamos nós, agora mesmo, uma reverência, expressando à nossa Mãe e à Grande Mãe de todas as Mães nosso respeito e nossa mais sincera gratidão.
Marcos Wunderlich e Renato Klein