Visão de mundo de um Coach

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Visão de mundo de um Coach

Visão de Mundo ou Cosmovisão é um conjunto de princípios, pressupostos, doutrinas, ideias fundamentais ou ideologias que contém explicações e justificativas para o ser, a gênese do ser, a vida, a pessoa, a organização social e econômica, o universo, de modo a que tudo venha a “ter sentido”.

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A base de tudo é a forma pela qual nos sentimos e nos concebemos enquanto seres humanos, o que sentimos, percebemos e conhecemos da vida, da existência e da identidade individual e do ser-no-mundo. Isto antecede as crenças, fundamenta-as, determina toda a nossa condução da vida, nossa educação, nossos objetivos, nossos relacionamentos.

Veremos como a visão de mundo deve ser trabalhada para que Coaches e Mentores alcancem o potencial máximo de seus clientes. Boa leitura!

Como ampliar a visão de mundo?

Tudo que vemos ou sentimos chega até nosso conhecimento e nossa consciência através de nossa visão de mundo, pela qual interpretamos e damos sentido. Por ela nós avaliamos tudo, por ela nós dizemos, para nós mesmos e para o nosso entorno, se é bom ou não, se serve ou não, se está certo ou não, se é bonito ou não, se aceitamos ou não.

Um Mentor ou Coach, para fazer um bom trabalho centrado no desenvolvimento de seu cliente, precisa, antes de mais nada, ter clara consciência de seus próprios pressupostos, de sua visão de mundo, de suas crenças, sob risco de, inconscientemente, projetá-las em suas ações, invadindo o espaço interior do cliente. Você, Mentor/Coach, esteja sempre atento a si mesmo.

É claro que o Mentor/Mentor tem suas crenças, tem sua cosmovisão, pois é ela que “dá sentido” a tudo que faz, em sua vida pessoal e em suas atividades prestadias. É preciso, porém, estar sempre atento a seu próprio campo mental, a cultivá-lo continuamente, “orar e vigiar para não cair em tentação” de projetá-la no próximo, a querer converter seu cliente.

Nós não temos que mudar crenças. Isto é tarefa de cada um. O que podemos, e devemos fazer, é questionar as crenças, as ideias, os conceitos, os preconceitos, com o fim de ampliá-los, dar-lhes abrangência cada vez maior, torná-los mais abertos, mais leves, menos impositivos, menos “donos da verdade”.

É o conteúdo mental que se torna o contexto a partir do qual todos os outros conteúdos mentais e experiências são vistos. Este conjunto de pensamentos e ideias não são visíveis, não estão expostos, mas é por ele que interpretamos tudo. Sobretudo na ação prestadia, é ele que determina nosso comportamento.

A visão de mundo de cada cliente

Nossos clientes – Mentorados ou Coachees – têm o direito a ter sua própria cosmovisão, suas próprias crenças, seus próprios valores. Tudo que podemos fazer é fazer perguntas e mais perguntas, para conduzir nossos clientes a questionar o isomorfismo disso com suas ações, seus sentimentos.

Todos temos uma cosmovisão de vida, e até diferentes cosmovisões sobre diferentes assuntos; a questão básica é sempre a mesma.

Nossa função é observar como nosso cliente vê algumas coisas na vida dele, como enxerga o mundo, sua vida, a vida das pessoas. Isso é extremamente importante, pois as pessoas não têm noção de que são os criadores do mundo a cada instante. Quando você vê um conjunto de paredes, você já estará vendo ali uma casa. A casa não é concreta, pois é apenas um conjunto de paredes, mas a casa passa a existir na sua mente. E mais: cada um interpreta a casa do seu jeito, se gosta ou não, etc.

Então, os problemas ou as questões que o cliente trouxer à sua sessão de atendimento também são frutos de sua interpretação particular.

Então você começa a abordar a questão do cliente a partir da visão dele. É importante ele tomar consciência disto, perceber que é ele que está vendo assim. Não é o outro que me irrita, sou eu que me irrito com ele. Se você conduzir em forma de perguntas, melhor ainda. Deixa ele responder, para ir tomando consciência de que é ele que assim está vendo ou interpretando ou mesmo julgando.

Aí você vai questionar a partir do fato de que é ele que está vendo desta maneira, a partir de que crença, de que valores. Leve-o então a ampliar a visão sobre a questão, a vê-la sob outros possíveis prismas. Para solucionar algo, precisamos ter uma nova visão, pois a visão que criou um problema não vai conseguir resolvê-lo.

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Talvez o cliente tenha que abdicar de alguma visão menor. Há coisas que não estão a nosso alcance mudar. Temos que aprender a aceitá-las como são. O mundo é o que é. Algumas coisas podemos mudar na prática, dar-lhe maior consistência, adequálas a uma nova forma de ver. Outras, talvez a maioria, não podemos mudar. Há que deixar que sejam como são. Mas podemos sempre mudar nossa forma de enxergar as coisas, as questões, as pessoas, nossos chefes, nossos empregos, nossos governos, nossos cônjuges. Podemos, sim, levar nosso cliente a ampliar sua visão (lembra da imagem da crista do galo?).

Agora, sim, o Mentor pode ativar uma nova visão, e levar seu Mentorado a perceber o que ele pode mudar em sua visão. O mais difícil é desapegar-se de conceitos anteriores, etc. Isto dá a você uma deixa para trabalhar com ele o apego, inclusive o mais difícil apego a ultrapassar, que é o apego às crenças, instaladas no mais fundo de seu subconsciente.

Todos nós – prestadios e fruitivos – fomos educados para julgar a nós mesmos e aos outros. Julgamos a cor da pele, a idade, a roupa, os sapatos, os gestos, o tamanho, se é gordo ou magro, feio ou bonito, educado ou mal educado, honesto ou desonesto. Queremos julgar até mesmo a intenção das pessoas. Aliás, julgamos até o tempo: tempo bom ou ruim. Poderosos, hein?! E sempre julgamos a partir de nossos pressupostos, todos inconscientes até começarmos um verdadeiro trabalho de tomada de consciência e, humildemente, irmos flagrando-nos ao longo de nossos pensamentos, palavras e ações. Onde está nosso isomorfismo?

A importância do Foco

Não podemos perder o FOCO. Nós vamos navegando em meio a diferentes situações, mas sempre trazendo de volta para a Cosmovisão. O FOCO de nossa atividade prestadia como Mentores Humanizados é ampliar a consciência das pessoas sobre elas mesmas e aprender a se conduzir a partir da percepção de uma cosmovisão ampliada. Você como Mentor/Coach conduz o encontro, nada de conversa fiada, etc. Põe tudo a fluir em paz e calma. Não tenha compromisso com o êxito, vai livre, leve e solto.

Uma coisa é verdade: sempre que somos isomórficos, ficamos alegres, leves, mesmo quando existe dor. Sempre que ficamos carrancudos, tristes, agressivos – pode contar: cadê o isomorfismo neste momento?

E isto que estamos aprendendo a fazer conosco é o que vamos passar para nossos clientes. É o foco de todo nosso trabalho, com toda generosidade e compaixão de que formos capaz a cada momento.

Dizemos que o Contido-Conter é nossa maior Cosmovisão, é a mais completa expressão de isomorfismo que podemos ter na vida. Se realmente acreditamos (está aí uma de nossas propostas de crença…) que todos temos em nós a Sabedoria, se somos todos expressão da Fonte primeira, nosso cliente que está diante de nós em Mentoria formal ou informal, é também ele expressão da mesma Fonte, lampejo divino, e, portanto, também ele tem a Sabedoria. Não importa o tipo de crença, o nível de mentalidade, não importa nada do que faz ou fez – ele também tem em seu interior a Sabedoria divina. Da mesma forma que para nós é difícil vencer os atrativos da velha crença, que tanto sofrimento já nos trouxe, também para nosso cliente será tarefa dura e, provavelmente, lenta deixar ir todo o calabouço de ideias, crenças, superstições, que chegavam como sagradas e intocáveis e mergulhar no vazio interior do Presencing total, para deixar vir uma vida mais rica, mais criativa, mais aberta e pronta para o compartilhamento da alegria de viver.

Se estamos cultivando em nós a expansão gradativa da consciência deste Contido-Conter, esta é também a maior entreajuda que podemos dar às outras pessoas.

Tudo o mais vem de acréscimo.

Marcos Wunderlich

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