Engraçado como fatos ruins, às vezes, se revelam bênçãos em nossas vidas! Pergunte isso a quem “perdeu” um ônibus ou trem – por chegar atrasado ao ponto ou à estação, por exemplo -, e tal veículo se envolveu em acidente ou desastre. Ou pergunte aos sobreviventes das torres gêmeas, nos Estados Unidos, que por motivo qualquer não puderam chegar a tempo nalgum compromisso naquele local, naquela data fatídica.
Isso também ocorreu comigo. Não algo catastrófico, como nos exemplos acima; mas sim, a impossibilidade de fazer uma formação de segurança privada simplesmente por faltarem, ainda, alguns dias para que eu completasse 21 anos, idade mínima exigida por lei para um profissional atuar como vigilante (agente de segurança). Isso, naquela época – há pelo menos 30 anos -, me entristeceu, pois era tradição que homens da minha família trabalhassem nessa atividade. “Fazer o que, né!”, pensei. Então diante disso, tive de partir para outro caminho a fim de alcançar o sonho de atuar na área de segurança. Só que agora, não seria como vigilante. Seria, sim, um policial militar!
Pude perceber, diante da prova do concurso público para ser servidor estadual, a necessidade de qualificação adequada que nos leve, de fato, aonde almejamos chegar! Lamentavelmente, para quem estudou em escolas públicas desde “sempre”, não foi algo fácil. Mas consegui ser aprovado. Não poderia usar tal desculpa [estudar em escola pública] como impedimento aos meus projetos de crescimento na carreira e na vida. E aquela pequena vitória – tornar-me servidor público concursado – foi, acredito, o ponto inicial para despertar em mim o interesse por desenvolver meu potencial [desconhecido até então], bem como ajudar outros indivíduos a fazer o mesmo com o deles.
E assim começou minha busca por desenvolvimento de competências acadêmicas, pessoais e profissionais, cujo marco divisório entre o que eu era e o que me tornei, foi uma formação em Programação Neurolinguística (PNL), realizada em 2001 na Escola de Serviço Público do Estado do Espírito Santo (ESESP), que – saliento -, “abriu” a minha cabeça para tudo que eu poderia realizar, caso investisse tempo e recursos em prol do meu aperfeiçoamento como pessoa e como profissional.
Longos anos depois vieram os frutos das sementes plantadas lá atrás, pois isso me permitiu, aos 47 anos de idade – na época -, solicitar aposentadoria do serviço público proporcional ao meu tempo de serviço, após uma carreira bem-sucedida como policial militar. Durante esse período – ingressei como Soldado combatente e fui para a Reserva Remunerada (aposentadoria) no cargo de 2º Tenente PM -, aproveitei para me habilitar academicamente como professor de seis disciplinas, adquirindo longa experiência na educação profissional, dentro e fora da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo (PMES).
Contando assim, parece que foi fácil chegar até aqui: Professor, Consultor Pedagógico, Master Coach Educacional e de Carreira. Mas acredito que apenas meus familiares e alguns colegas de trabalho serão capazes de recordar quantas noites mal dormidas em prol dos estudos; quanto investimento em livros e cursos/formações com intuito de me qualificar, melhorar minha memória, meu aprendizado, a fim de, com isso, crescer profissionalmente. E não menos importante, quantas horas de lazer que não foi possível usufruir, pois eu estava estudando em casa ou realizando algum tipo de curso/formação, até mesmo nos fins de semana.
Quem é mais “antigo” um pouco, recordará que nossa geração não contava com as facilidades propiciadas pela internet, já que as fontes de pesquisas eram, tão somente, livros disponíveis na escola ou na biblioteca pública da cidade. Hoje, se alguém deseja se qualificar, pesquisar determinado assunto ou simplesmente ficar bem informado, basta acessar o Google e milhares de páginas estarão disponíveis, com informações confiáveis e outras nem tanto, é claro! Daí, a importância de sabermos “filtrar” o que presta [o que satisfaz nossas necessidades] daquilo que não presta. Mais imprescindível ainda, é quando fazemos escolhas de instituições de ensino para nossa qualificação acadêmica ou profissional, pois, como já relatei num outro artigo, o que não faltam por aí, em se tratando de escolas, são verdadeiras arapucas! Formações acadêmicas e profissionais, por envolverem investimento considerável em tempo e dinheiro, devem ser muito bem analisadas, pois como diz o senso comum: “o barato pode sair caro”. Na área de desenvolvimento humano, ainda mais cuidado!
Nesse sentido, em se tratando de formações acadêmicas, recomendo que se verifique no site do Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior (e-MEC), a situação da instituição de ensino superior. Por outro lado, no que se refere a formações em Coaching, por exemplo, oriento que se busque informações junto à Associação Brasileira dos Profissionais de Coaching (ABRAPCoaching) ou profissionais que estão atuando há bastante tempo na atividade. Saliento, ainda, que na época em que fiz minha primeira formação em Coaching, escolhi o Instituto Holos de Qualidade, pois constava [e ainda consta] entre as indicadas pelo Top of Mind de RH, que premia anualmente as melhores instituições em suas áreas de atuação.
Posso dizer, então, que fazemos planos para nossos rumos pessoais e/ou profissionais, todavia a Providência (chame-a como quiser, de acordo com sua fé, filosofia de vida, etc) tem projetos muito maiores para nos levar a contribuir com mais pessoas, na busca utópica por um mundo melhor, nem que seja nosso próprio mundo – família, ambiente de trabalho, comunidade, por exemplo. E assim, gostaria de fechar este artigo com a frase de Jack Balousek, citada por Richard Edler na obra Ah, se eu soubesse … (Ed. Negócio, 2001):
Aprender, ganhar, devolver – essas são as três fases da vida. O primeiro terço deve ser devotado para a educação, o aprendizado; o segundo, para construir uma carreira e um estilo de vida; e o terceiro, mas não menos importante, para retornar alguma coisa para os outros, como forma de gratidão pelo alcançado. Cada estágio parece ser uma preparação para o próximo.
Simplesmente incrível tal reflexão de Balousek, não é?! Posso dizer que, assim como uma pedra bruta pode ser lapidada até torna-se uma joia, podemos, também, por meio de estudos e de trabalho digno tornarmo-nos como diamantes. Tal decisão caberá, única e exclusivamente a uma pessoa: você!
Moacir da Silva Garcia: Professor, Consultor Pedagógico e Master Coach Educacional e de Carreira, com certificação reconhecida pela International Coaching Federation (ICF). Membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Coaching (ABRAPCoaching), com MBA Executivo em Coaching, pós-graduações em Gestão Avançada de Pessoas, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Gestão Escolar, História e Filosofia da Ordem Maçônica (Maçonologia) e Ensino Religioso. Foi servidor público estadual e municipal, havendo trabalhado como Policial Militar (Soldado, Sargento e Tenente PM), Consultor de Recursos Humanos, Coordenador e Professor de Cursos Preparatórios, História, Ensino Religioso, Filosofia, Relações Humanas no Trabalho, Técnicas de Aprendizagem Acelerada, Sistema de Segurança Pública e Crime Organizado, entre outras disciplinas, com mais de 20 anos de experiência na educação profissional.