Voltar-se à essência pessoal propicia uma vida plena, distante de dogmas e livre
Há dois modelos de espiritualidade, um deles nos liberta e o outro nos aprisiona. Muitas vezes, as pessoas aderem a somente um deles para alcançar o que todos querem: a Felicidade Plena, ou seja, livrar-se do sofrimento. Esses dois tipos de espiritualidade se relacionam com duas modalidades de felicidade. Vejamos:
A Felicidade Condicionada é fruto de uma Espiritualidade Condicionada, já a Felicidade Incondicional provém da Espiritualidade Incondicional. O tipo de espiritualidade a ser seguido gera uma determinada felicidade, bem como a verdadeira sensação de paz interna, o grande foco de quem almeja consolidar a sua espiritualidade. Sendo assim, a maneira como percorremos o caminho de (re)conciliação com o nosso Ser fornece a medida de nossa felicidade.
A Espiritualidade Condicionada está vinculada a uma prática religiosa, um culto místico, existe a partir de algo que não está em nossa essência, exterior à nossa plenitude. Exemplos desse tipo de Espiritualidade são: esperar uma benção ou cura divinas, promover o bem-estar pessoal por meio de orações, retiros ou afirmações da fé. Frequentar seitas, filosofias, seguir “gurus” ou orientadores espirituais. Ofertar esmolas, pertencer a grupos de estudos religiosos, viajar à Índia mística, percorrer o Caminho de Santiago ou outras rotas de peregrinação.
Esse tipo de Espiritualidade corresponde à Felicidade Condicionada, vinculada a uma situação externa, a uma conquista ou expectativas futuras, esperanças de dias melhores. Sempre será uma crença construída pela nossa mente de que iremos alcançar algo no futuro.
Nós não podemos negar, contudo, que a Felicidade Condicionada está presente em todos nós, e não há nada de errado com ela. O que precisamos entender é que quando a Felicidade é submetida ao que está em nosso exterior ou ao que obteremos no futuro, essa Felicidade será passageira. Podemos ter uma grande alegria devido a uma realização de um sonho, por exemplo, mas esse sentimento prazeroso irá desaparecer algum dia ou nem sempre terá a mesma intensidade, podendo surgir em seu lugar a preocupação e prisão ao passado e futuro.
Uma vez que as situações se desfazem, isto nos provoca uma sensação de perda daquilo que nos fazia felizes e novamente criaremos planos para o futuro. Novas metas, novas buscas, novas expectativas, sempre com um esforço para concretização de objetivos ou desejos. O mesmo equivale à Espiritualidade Condicional. Podemos nos dedicarmos uma vida inteira à prática da Espiritualidade comum, sempre presos a uma esperança, porém, sem nunca alcançar a Felicidade verdadeira, a não ser, talvez, em períodos passageiros, pois estamos olhando para fora ao invés de nos voltarmos para dentro.
A Espiritualidade Incondicional nada segue, nada adora e nada obriga, é o reconhecimento e a vivência da liberdade plena e infinita. É quando estamos conectados com a Fonte e percebemos a sua Presença. Ela se relaciona com a Felicidade Incondicional, independente do externo e de realizações pessoais e profissionais.
A Felicidade Incondicional vem da nossa conexão com a Fonte Interior, a consciência plena e imutável. Essa Felicidade emerge quando aquietamos a mente e deixamos o fluxo divino se manifestar natural e livremente. Portanto Ela não depende de gurus, bens materiais, da convivência com outras pessoas ou até mesmo com a família, nada disso é necessário.
A Felicidade Plena se manifesta no momento presente. Viver neste eterno agora nos permite sentir a profunda paz e a Felicidade que estão dentro nós. Ambas se manifestam naturalmente, incondicionalmente, dispensam, portanto, conquistas ou construções. A verdadeira Espiritualidade não depende de esforços ou práticas espirituais, mas da conexão com o momento presente, sem passado ou futuro. É claro que práticas da Espiritualidade comum podem proporcionar benefícios temporários, mas se não soubermos exercitar nossa Espiritualidade Incondicional, estaremos sempre em busca de meios para termos menos sofrimentos e mais alegrias.
A diferença entre uma pessoa que pratica o bem e outra que pratica o mal é que a primeira tem menos sofrimentos e melhores condições para ser mais feliz temporariamente a partir de seus esforços, ambas, contundo, ainda não descobriram a verdadeira liberdade imutável e eterna dentro delas mesmo. Essa é uma descoberta libertadora.
2 comentários em “O exercício da espiritualidade”
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